O Mosquito não foi a revista de BD de maior longevidade ou de melhor apresentação gráfica, nem a que teve mais páginas e maior tiragem por número, nem a que contou com mais autores e apresentou mais séries ilustradas, nem a que promoveu mais contactos com os leitores e distribuiu mais prémios em concursos e sorteios semanais.
Mas teve um extraordinário grupo de colaboradores literários e artísticos (na sua maioria anónimos, à época) que lhe conferiram um estatuto especial, um carácter tão popular e familiar que se entranhou no espírito dos seus jovens leitores, criando laços de forte comunhão que se perpetuaram no tempo e enraizaram na memória: António Cardoso Lopes (Tiotónio), Raul Correia (Avozinho), Walter Booth, Reg Perrott, Roy Wilson, Percy Cocking, Arturo Moreno, C. Arnal, E.T. Coelho, Vítor Péon, António Velez, José Padinha, Orlando Marques, Jayme Cortez e Jesús Blasco.
Mais do que qualquer outro factor, este “núcleo duro” foi a principal base do sucesso d’O Mosquito nos seus primeiros 11 anos de vida (1936-1947) e do culto que ainda hoje lhe vota um grupo de irredutíveis e fiéis amantes das histórias aos quadradinhos, que todos os anos, desde 1986, celebra infalivelmente, em Janeiro, o seu aniversário.
Por quanto tempo? Enquanto, pelo menos, os seus antigos leitores o recordarem com o mesmo fervor e devoção sentidos até agora e os das mais novas gerações o considerarem um caso digno de estudo…
Prova disso foram as comemorações dos 80 anos do seu nascimento, que tiveram lugar este mês, como já largamente noticiámos, com o tradicional almoço-convívio, no passado dia 16, e a abertura de três exposições: em Aveiro (Museu de Aveiro), Amadora (Clube Português de Banda Desenhada) e Lisboa (Biblioteca Nacional). As duas últimas estarão ainda patentes ao público durante várias semanas.
Apresentamos hoje a lista completa dos participantes no encontro realizado como habitualmente no Restaurante Pessoa, em Lisboa, que este ano foi pequeno para conter tantos convivas (alguns já com a mesma idade d’O Mosquito ou ainda mais velhos, mas tão vigorosos como a sua mítica imagem). A organização esteve a cargo, mais uma vez, do diligente “mosquiteiro” Leonardo De Sá, a quem agradecemos o envio da referida lista, com os nomes dos 52 presentes no almoço, por ordem alfabética:
António Amaral e Fernanda Amaral, António Baptista Lopes, António Manuel Lopes Carvalho, António Martinó de Azevedo Coutinho, António Perdigão, Armando Lopes, Artur Correia e Maria Belmira Correia, Aurélio Lousada, Carlos Baptista Mendes, Carlos Gonçalves, Carlos Moreno, Catarina Lima e João Reis, Dâmaso Afonso, Geraldes Lino, Guilherme Valente, Helder Jotta, Hermínio Rabasquinho, João Amaral, João Luís Spínola Rodrigues, João Manuel Mimoso e Mary Mun, João Vidigal e Dolores Abreu, Joel Lima, Jorge Machado Dias, Jorge Magalhães, Jorge Silva, José António Coelho, José Boldt, José Carmo Francisco, José Madruga, José Manuel Vilela, José Menezes, José Pires, José Ruy, Leonardo De Sá, Luciano Neves, Luís Valadas, Maria José Pereira e Abílio Pereira, Mário Correia, Máximo Ribeiro, Mena Brito, Paulo Cambraia, Romeu Pinto da Silva, Rui da Luz, Vítor da Silva e Aida Correia Silva, Zé Manel.