“TERRY E OS PIRATAS” – UMA SÉRIE INESQUECÍVEL REEDITADA POR JOSÉ PIRES

Imparável, cheio de energia e de uma regularidade impressionante, na sua actividade de faneditor, José Pires lançou este mês mais dois números dos seus excelentes fanzines Fandclassics e Fandwestern, o primeiro dedicado, na fase actual, à famosa série Terry e os Piratas, criada pelo mestre Milton Caniff em 1934, e que neste fanzine irá ter reprodução integral, dividida por 24 volumes, com 70 páginas cada.

Um esforço digno de apreço, tanto mais que se trata do melhor período desta série, quase inédito no nosso país, e que José Pires conta divulgar no espaço de dois anos!

Quanto ao Fandwestern, fanzine mais antigo e de prestigiosas tradições, publica neste número outro episódio da série fetiche de José Pires: Matt Marriott, a inolvidável criação de Tony Weare (desenhos) e James Edgar (argumento), estreada entre nós no Mundo de Aventuras, em finais dos anos 1950, com o nome de Calidano, o Justiceiro.

Recorde-se que Terry e os Piratas teve estreia em Portugal n’O Mosquito nº 1313 (1952) — mas já na fase desenhada por George Wunder —, continuando em publicação até ao seu último número (1412). Outros episódios com a assinatura do mesmo desenhador surgiram também no Leão (suplemento do semanário Titã) e no Mundo de Aventuras; mas onde a série teve mais impacto foi efectivamente n’O Mosquito.

A capa que a seguir apresentamos é da autoria de José Ruy.

O REGRESSO DE TOMMY – 5

Uma série de insólitos acidentes, de gravidade cada vez maior, põe em alvoroço a supersticiosa gente do circo, que à falta de outra explicação os atribui a bruxedos. E quando Tommy faz uma descoberta que pode lançar nova luz sobre a causa desses acidentes, é traiçoeiramente agredido por um tipo mal encarado.

Leiam mais 12 tiras desta inesquecível série ilustrada por John Lehti, com data de 4/11 a 17/11/1947, tal como foram publicadas n’O Mosquito nºs 949 e 950, de 28 e 31/7/1948. Há a apontar, mais uma vez, a defeituosa caligrafia de algumas legendas (ver páginas a cores), cheias de erros que procurámos emendar o melhor possível.

E as aventuras de Tommy, o rapaz do circo, continuam…

22 E 29 DE ABRIL: DUAS PALESTRAS NO CPBD SOBRE “A LEI DA SELVA” DE E.T. COELHO

Na continuidade das iniciativas que tem organizado com frequência na sua nova sede, o Clube Português de Banda Desenhada anuncia mais duas palestras, a realizar nos próximos dias 22 e 29 de Abril, pelas 17h00, e dedicadas, com o precioso apoio de um dos seus mais ilustres consócios, mestre José Ruy, à obra-prima de Eduardo Teixeira Coelho “A Lei da Selva”, publicada em 1948 n‘O Mosquito e reeditada finalmente em livro, há alguns meses, por Manuel Caldas.

À parte o interesse específico do tema — apresentado de forma inédita, a partir da leitura de um excelente estudo de Domingos Isabelinho —, este evento representa um grande progresso para o CPBD, que está agora equipado com meios técnicos (PowerPoint) que lhe permitem valorizar as suas sessões. 

E. T. COELHO E A PÁSCOA

Com esta ilustração da autoria de E.T. Coelho — cujo traço é perfeitamente reconhecível, apesar de estar longe da perfeição a que habituara os leitores d’O Mosquito —, O Pimpão, efémera revista juvenil criada em 18/10/1955, assinalou a Páscoa de 1956 e a sua penúltima semana de vida, pois extinguiu-se, para não mais ressuscitar, ao fim de 18 números.

Mas teve o mérito de publicar nas suas páginas, sob a direcção de Maria D. Nascimento da Silva, histórias ilustradas por artistas europeus de excelente craveira, como Calvo (Coquin e os Seus Amigos da Floresta), Jean Cézard (Yak, Caçador de Leões), Rino Albertarelli (Traição no Alto Mar), Harry Farrugia (Memórias do Inspector James), Patrick Nicolle (Os Cavaleiros da Távola Redonda), Mike Western (John Silveira, Piloto) e outros.

Foi também n’O Pimpão que Raul Correia (sob a capa do Avozinho) regressou, por breves semanas, às lides da literatura juvenil, depois de se ter despedido dos seus fiéis leitores em Fevereiro de 1953, no último número d’O Mosquito. E só ressuscitaria pela segunda vez — para ser alvo, como E.T. Coelho, Jesús Blasco e Vítor Péon, de merecida homenagem —, quando Roussado Pinto lançou o Jornal do Cuto, 15 anos depois.

O BOLETIM DO CPBD CONTINUA EM PUBLICAÇÃO

O Clube Português de Banda Desenhada (CPBD) acaba de editar o nº 143 do seu Boletim, com data de Fevereiro de 2017, um dos fanzines mais antigos em publicação, não só em Portugal como em toda a Europa, e que pela sua qualidade e longevidade merece ombrear com os melhores (como, aliás, tem sido realçado por vários especialistas).

Neste número, dedicado ao Titã — uma revista de BD dos anos 1950, editada pela Fomento de Publicações em moldes inovadores, mas que não teve o sucesso esperado, devido à forte concorrência do Cavaleiro Andante e do Mundo de Aventuras —, destaca-se um excelente artigo sobre este tema, da autoria de Ricardo Leite Pinto, sobrinho do saudoso Roussado Pinto, incontornável pioneiro da “época de ouro” da BD portuguesa, que no Titã exerceu as funções de novelista/argumentista, redactor principal e, a breve trecho, director, depois de ter saído do Mundo de Aventuras e da Agência Portuguesa de Revistas.

No Titã colaboraram também alguns desenhadores portugueses, já nessa época com largo e invejável currículo, como Vítor Péon, José Garcês e José Ruy, devendo-se a Péon e ao seu traço dinâmico a capa do 1º número e a história “Circos em Luta”, cujo herói, criado por Edgar (Roussado Pinto) Caygill, se chamava nem mais nem menos… Titã!

Completa este número um artigo de Carlos Gonçalves sobre a magnífica arte de E.T. Coelho, com uma galeria de trabalhos deste grande desenhador para O Mosquito, que estiveram patentes, até há pouco tempo, numa exposição realizada pelo CPBD na sua nova sede.

As imagens reproduzidas neste post foram extraídas, com a devida vénia, do blogue Sítio dos Fanzines de Banda Desenhada, orientado por Geraldes Lino, cuja consulta recomendamos a todos os interessados por este aliciante tema que o mestre Lino conhece e aborda como poucos. Ou melhor dizendo, como ninguém!…

CANTINHO DE UM POETA – 34

Eis neste cantinho mais uma parábola moral de Raul Correia, com a lírica inspiração de Esopo… e do Avozinho — cujo nome era venerado pelos leitores d’O Mosquito como o de um velho mestre que os guiava, com palavras amenas e versos luminosos, pelos caminhos do bem, da verdade, do prazer, da beleza e da sabedoria.

O Jornal do Cuto publicou estes versos no nº 26, de 29/12/1971, devidamente ilustrados, como era hábito, por um dos seus melhores colaboradores: José Batista (Jobat).